Alguns céticos costumam criticar Jesus, afirmando que ele é evidentemente uma muleta. “Ele serve” — as pessoas dizem — “para os fracos, os mancos, que precisam de apoio para suportarem a dura realidade da existência. Mas para as pessoas fortes, determinadas, aquelas que podem tocar a vida por si mesmas, ele é totalmente desnecessário.”
Será que esta crítica é totalmente equivocada? Veja a resposta que John Stott oferece a tal objeção:Começo a minha resposta concordando com a crítica. Jesus Cristo é de fato uma muleta para o aleijado, para ajudar-nos a caminhar aprumados, assim como ele é também remédio para os doentes espiritualmente, pão para os famintos e água para os sedentos. Não negamos essa afirmação; ela é perfeitamente verdadeira. Mas, então, todos os seres humanos são aleijados, doentes, famintos e sedentos. A única diferença entre nós não é que alguns são necessitados e outros, não; é que na verdade alguns reconhecem a sua necessidade, enquanto outros não, por causa do orgulho1.
Stott apresenta uma resposta que volta-se contra o próprio crítico. Ao invés de ser uma objeção, a frase “Jesus é uma muleta” torna-se, na verdade, uma boa oportunidade para se falar acerca da importância e do amor de Cristo para a humanidade. O cristão não precisa ficar na defensiva ao ouvir tal frase. Com o argumento apresentado, ele pode “partir para o ataque”.
Nota:
STOTT, John. Por que sou cristão. Tradução de Jorge Camargo. Viçosa, MG: Ultimato, 2004. p. 106.