"Algumas vezes o inexplicável lado de Deus me deixa louca,
porque
frequentemente não entendo o motivo dele permitir algumas coisas"
Por Dawn Zemke
Traduzido por Sulamita Ricardo
Retirado do site Cristianismo Hoje
Algumas vezes exponho os mistérios de Deus. Que ele sempre existiu e
sempre vai existir. Que ele é Pai, Filho, Espírito Santo, três em um.
Que ele criou nosso incrível planeta – oceanos, montanhas, desertos e
uma inacreditável variedade de vida selvagem, para não mencionar as
pessoas. Como embrulho meu cérebro em volta de tudo isso? Sinto uma
indefinível e enigmática parte da natureza de Deus me mandando um
calafrio abaixo da espinha e me lembrando como verdadeiramente ele é
grande - e como abençoada sou porque ele não somente toma conta de mim,
mas me conhece intimamente.
Algumas vezes, entretanto, esse mistificante e inexplicável lado de Deus
me deixa louca, porque freqüentemente não entendo o motivo dele
permitir algumas coisas. Por que maravilhosos e amorosos casais
permanecem sem filhos e outros concebem e jogam fora bebês sem uma boa
razão? Por que um homem que nunca tocou um cigarro morre de câncer de
pulmão enquanto um fumante de dois maços por dia vive até uma idade mais
avançada? E por que uma mulher bondosa e fiel como minha mãe deve
esperar a morte do marido e a da filha pequena enquanto outras pessoas
permanecem intocáveis por tragédias durante toda a vida?
Eu sei, eu sei - nós estamos vivendo em um mundo caído, experimentando a
conseqüência do seu pecado. Eu reconheço que Deus está sempre no
controle, mesmo quando sinto como se ele tivesse perdido a equação. E
acredito em sua promessa que o seu plano é “prosperar e não danificar,
planos de me dar esperança e um futuro” (Jeremias 29:11).
Isso não significa que eu tenha que gostar disso. E definitivamente não
significa que eu não experimento momentos de dúvida, quando eu grito,
“Por que Deus? Como você pode? O que você estava pensando?”
Eu costumo me sentir culpada por alguns pensamentos. Depois de tudo, Deus é... Deus. Seus caminhos são além da minha compreensão, certo? É meu trabalho como sua filha ter uma fé inabalável Nele. Acreditar sem questionar.
Ou talvez não.
No capítulo 11 do seu evangelho, João conta a história de Jesus
ressuscitando seu amigo Lázaro. Por anos eu me fixei no milagre - Jesus
trouxe o homem da morte - e nunca noticiei o drama por trás das cenas.
João nos conta que Jesus amou Lázaro e suas duas irmãs, Maria e Marta.
Quando recebeu a notícia que Lázaro estava doente, ele não correu para
lá. Na verdade, ele esperou dois dias inteiros antes de pegar a estrada.
Quando chegou à cidade de Lázaro, o homem já estava morto há quatro
dias.
Agora aqui é onde a história fica interessante. Quando a notícia que
Jesus estava perto chegou, Marta foi ao seu encontro. Mas não Maria.
Essa mulher que amava muito Jesus, que comprou um perfume caro para pôr
em seus pés e secou-os com seus cabelos, ficou em casa. Jesus teve que
perguntar por Maria. E mesmo que ela tenha respondido imediatamente ao
seu chamado, suas primeiras palavras me falam sobre o estado da sua
mente : “Senhor, se você estivesse aqui, meu irmão não teria morrido”
(João 11:32). Em outras palavras “Como você pode levar tanto tempo para
chegar aqui, Jesus? O quê você estava pensando?”
Eu então me identifico com Maria, porque estaria fazendo a mesma
pergunta. Como deve ter sido terrível para ela, assistindo seu irmão
ficar cada vez mais doente, e finalmente morrer, e Jesus nunca vir.
Falei sobre se sentir desapontada.
O que eu realmente amo nessa história, entretanto, é a reação de Jesus.
Ele é profundamente movido pelo desgosto de Maria. E ele ressuscita
Lázaro. O que ele não faz é desprezá-la por seus questionamentos.
E isso traz conforto para meu coração duvidoso e questionador. Como
Jesus entendeu a questão de Maria, eu acredito que ele entende a minha.
Depois de tudo, ele me criou e me conhece - como diz o Salmo 139 - ele
“percebe os meus pensamentos de longe”.
Eu tenho acreditado cada vez mais que enquanto Deus quer minha
obediência, ele não requer que eu dê isso sem pensar. Como algum bom
pai, ele ouve pacientemente minha questões e faz o melhor para
respondê-las. E como qualquer criança, eu não vou ter sempre habilidade
para entender essas respostas.
Mas, olhando para a Bíblia, estou em boa companhia. Moisés deu a Deus um
período de sua vida antes de concordar em voltar ao Egito. Jonas não
somente questionou o plano de Deus, como fugiu dele. E até Jesus,
perfeitamente submisso à vontade do Pai, checou duas vezes para estar
certo que não havia outra maneira de cumprir sua tarefa.
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