2 de junho de 2010

Tempos Modernos...

EBI de Larissa Andrade


"Ando insatisfeita com a cor do meu cabelo. Retoco minha raiz a cada mês e mesmo assim continuo insatisfeita. E nunca acho a cor certa que estou procurando. Na verdade, não sei qual cor estou procurando. Ando insatisfeita com tinturas. Ando insatisfeita com tinturas, com hidratantes perfumados e comigo mesma. Ando comprando coisas inúteis demais. Comprando coisas demais pra preencher um vazio interno que não precisa de tintura, de hidratante perfumado ou de nenhuma outra coisa que se possa comprar pela internet.
Dizem que a solidão é o mal do século. Eu concordo. Solidão é ter amigos, ter um namorado, ter uma família linda, ter milhares de admiradores. E não ter a si mesma. Solidão é viver numa sociedade cada vez mais superficial, cada vez mais consumista, que julga as pessoas pela aparência e pelo tanto de dinheiro que elas têm. Solidão é o que move a internet hoje – e sempre. Solidão é a única razão pela qual os Orkuts, Facebooks e Twitters da vida se popularizam cada vez mais. Queremos amigos, queremos mensagens fofas, queremos depoimentos que dizem pro resto do mundo o quanto somos lindos, cheirosos e bem amados. Queremos mostrar fotos das viagens pra Europa, queremos mostrar fotos com trinta amigos diferentes, queremos mostrar foto do namorado novo da semana, queremos mostrar fotos da nova melhor amiga de infância que acabamos de conhecer, queremos que o mundo saiba que somos amados. Queremos admiração. Queremos falar, o tempo todo, que temos amigos, amor e dinheiro. Mostramos (ou, pelo menos, tentamos mostrar) pro mundo que somos a estampa ideal, quando, na maioria das vezes, a viagem pra Europa foi financiada em mil vezes ou foi paga pela empresa, os trinta amigos da foto só são amigos na hora da foto e não são pessoas que se importam de verdade no dia-a-dia. E os novos amores se vão a cada semana.
Queremos ter mil amigos no Orkut, mas não achamos companhia pra assistir um filme no cinema quarta-feira à noite. Damos bom-dia no Twitter (um negócio onde se fala sozinho) e não damos bom-dia pro vizinho no elevador. Adicionamos Deus e o mundo no maldito MSN pra termos companhia e não perder o contato com aquela pessoa tão querida e amada com a qual trocaremos três frases ao longo do ano. Pessoas verdes online com as quais mantemos relações virtuais 24 horas por dia. Tudo muito superficial. Tudo muito virtual. Tudo fruto da nossa maldita carência, tão maldita quanto essas relações virtuais infundadas. Precisamos nos afirmar pro mundo e pra nós mesmos. Precisamos nos encaixar nos padrões atuais de pessoa bem-sucedida e amada pra sermos aceitos. Mas o vazio está lá. Nas tardes de domingo. Nas compras virtuais cujo encantamento acaba assim que o produto chega à nossa casa.
Esperamos encontrar a felicidade no notebook novo, no celular com mil funções que não toca, nos novos tons de tintas para cabelos que são lançados toda semana, nos hidratantes perfumados, nos xampus caros. Compramos pra ter companhia. Compramos pra preencher um vazio interno. O mesmo vazio que tentamos preencher com amigos virtuais, relacionamentos virtuais e mentiras virtuais. Tapamos o sol com a peneira. Tapamos nossos buracos com relacionamentos que não existem. Despistamos nossa carência aguardando um produto chegar pelo correio. Nos tornamos tão superficiais quanto nossos relacionamentos virtuais. Nos tornamos tão efêmeros quanto as tinturas da cor da moda. E continuamos nos sentindo vazios. E retocando a raiz do cabelo todo mês."
(Mariana Marge – Publicitária)
  1. Quais são as insatisfações relatadas pela autora?
  2. Você concorda que os relacionamentos estão cada vez mais superficiais? Por que isso tem acontecido?

A sanguessuga
(Fruto Sagrado)

Assim é a natureza humana:
Quanto mais tem, mais quer!
Sempre insatisfeita, faminta, insaciável,
Quer porque quer, porque quer...
Um vazio incomoda a alma, nada a satisfaz
A sanguessuga sempre quer mais
Poder, dinheiro, sexo e até rock'n roll
são as regras do jogo impostas pelo deus Mamom
A sanguessuga tem duas filhas: dá, dá!
Assim caminha a humanidade:
De abismo em abismo num poço sem fim.
Cegos demais pra perceber
Que o vazio no peito é do tamanho de Deus!
Que a fome da sanguessuga é fome de Deus!
Que o vazio no peito é do tamanho de Deus!
Que a fome da sanguessuga é fome de Deus!
A sanguessuga tem duas filhas: dá, dá!

  1. Quem é a sanguessuga? O que ela quer?
  2. Qual é a conseqüência da cegueira da humanidade?
  3. O que seria capaz de preencher o vazio no peito?

Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” (Apóstolo Paulo na carta aos Romanos – 12:2)

  1. O que seria “padrão desse mundo”? E “renovação da mente”?
  2. Qual a recompensa para aqueles que não de amoldam ao padrão do mundo?

Usem a riqueza deste mundo ímpio para ganhar amigos, de forma que, quando ela acabar, estes os recebam nas moradas eternas.” (Jesus Cristo – Lc 16:9)

  1. Como Jesus nos ensina a usar a riqueza que temos?
  2. A que tipo de amizade Jesus se refere?


Senhor, Senhor nosso, como é majestoso o teu nome em toda a terra! Tu, cuja glória é cantada nos céus. Quando contemplo os teus céus, obra dos teus dedos, a lua e as estrelas que ali firmaste, pergunto: Que é o homem, para que com ele te importes? E o filho do homem, para que com ele te preocupes? Obrigado pelo teu amor e pela paz que excede todo entendimento, dos quais não somos merecerdores.” (Adaptado de uma oração do Rei Davi – Salmos 8)

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