10 de maio de 2011

C. S. Lewis: sexo reprimido

Da coletânea “Um ano com C. S. Lewis”
Retirado do livro “Cristianismo puro e simples”

C. S. Lewis: sexo reprimido
 
As pessoas muitas vezes compreendem mal o que a psicologia ensina sobre a “repressão”. Ela nos ensina que sexo “reprimido” pode se tornar perigoso. Porém, a palavra “reprimido” é usada aqui como um termo técnico; ele não significa “suprimido”, no sentido de “negado” ou “recusado”. Um desejo ou pensamento reprimido é o que foi lançado no subconsciente (geralmente na infância) e que agora se apresenta à mente apenas de forma disfarçada e irreconhecível. A sexualidade reprimida não parece ao paciente sequer uma sexualidade. Quando um adolescente ou adulto está empenhado em resistir a um desejo consciente, ele não está lidando com uma repressão, nem correndo o menor perigo de criar uma repressão. Pelo contrário, os que tentam seriamente ser castos são mais conscientes, e logo conhecerão muito mais da sua própria sexualidade do que qualquer outra pessoa. Eles passam a conhecer seus desejos, da mesma forma que Wellington conhecia Napoleão, ou Sherlock Holmes conhecia Moriarty; da mesma forma que um caçador de ratos conhece ratos, ou que um encanador entende de encanamentos. A virtude – mesmo aquela só pretendida – traz luz; o vício gera nevoeiros.

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