10 de maio de 2011

Conversas

de Ludmilla



A moça do moka voltou outro dia. Ela sentou e fez o mesmo pedido, tinha gostado muito! Já sabia que ela era cristã, fiquei de olho. De repente ela, bem animada, puxa conversa com um cara sentado numa mesa próxima, parecia estrangeiro. Quando passo perto eu ouço alguma coisa a ver com Deus, mas não peguei bem o assunto. Olhei pro rapaz, pensando que ele estivesse talvez incomodado pela abordagem, mas ele parecia interessado. Logo a moça pega a sua cadeira e passa de vez para a outra mesa, o assunto tava rendendo! 

Fiquei olhando todo o desenrolar da história com um misto de admiração e até uma ponta de inveja, como ela conseguia falar tão naturalmente de assuntos espirituais, quando eu tenho a maior dificuldade? Isso me fez lembrar a história de Jesus com a mulher samaritana (em João 4). De um pedido tão simples que deu início à conversa (“pode me dar um pouco de água?”), Jesus falou de coisas muito mais profundas, e mexeu profundamente com a vida da mulher.

Talvez o problema seja também que hoje em dia nossas conversas são muito superficiais. Repare bem: quando encontramos alguém já temos assuntos pré-definidos: a prova na quinta, o quanto hoje foi cansativo, o show que vai ter mês que vem, o filme que passou, o tempo. Raramente paramos pra falar dos nossos problemas familiares, nossas dúvidas existenciais, nossas ansiedades, ou o quanto você se emocionou vendo o mendigo na rua. Talvez a gente não fale sobre isso porque nem sequer pensamos nisso. A vida é a maior correria, ninguém liga.

Será que um dia a gente vai parar e olhar as nuvens formando imagens no céu?

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